União nega repasse de barracões para Camelódromo
Rogério Mative e Beatriz Rodrigues
Em 26/08/2011 às
17:16
Apontado como solução para abrigar os boxistas do Shopping Popular caso tenham que deixar a Praça da Bandeira como exige o Ministério Público Estadual (MPE), o barracão anexado ao prédio da antiga Estação Ferroviária de Presidente Prudente deverá ser descartado pela Prefeitura após resposta negativa da União, proprietária da área. Atualmente, são 278 boxes instalados na praça.
Em abril, representantes da Prefeitura e da Procuradoria tentaram, pela quarta vez, um acordo para resolver o problema que é discutido há três anos. Para o MPE não existe outra alternativa que não a retirada do Camelódromo da praça.
Durante reunião, a única solução sugerida pela Prefeitura foi a locação do barracão anexado ao prédio da antiga Estação Ferroviária, utilizado por anos como depósito de cimento. Porém, a União não aceita ceder o local para abrigar os boxistas.
Segundo o procurador-chefe da Prefeitura, Pedro Anderson da Silva, a União aceita avaliar o pedido apenas se o prédio for empregado para outras atividades. "A União respondeu de forma negativa o pedido de locação do barracão. O processo ainda está em trâmite, mas a União não aceitou o pedido. Disseram que se fosse destinado para outras questões de interesse público eles poderiam reavaliar, mas para o uso dos boxistas a resposta foi negativa", revela.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Aristeu Penalva, responsável por gerenciar o local, diz que a Prefeitura ainda não possui outra área. "Não temos nada em vista ainda. Precisamos conversar com o prefeito [Milton Carlos de Mello] para ver se vamos insistir no barracão ou buscar outro lugar", afirma.
De acordo com o promotor de Justiça de Meio Ambiente, Rodrigo Melgarejo, o MPE aguardará a oficialização da resposta para tomar providências. "Estamos aguardando o pronunciamento da Superintendência da União para manifestarmos uma opinião e tomarmos as providências cabíveis", pontua.
Uma nova audiência deverá ser marcada para os próximos dias, onde Prefeitura e MPE discutirão uma nova solução para o caso.
Inquérito
O inquérito foi sugerido pelo promotor de Justiça de Meio Ambiente Nelson Bugalho, em 2008, com o objetivo de o Ministério Público do Estado apurar responsabilidades pela invasão da praça.
O processo sugeria os galpões da América Latina Logística (ALL), que ficam ao lado da Praça da Bandeira, para abrigar os camelôs. Porém, o prédio da antiga estação ferroviária abriga órgãos da Prefeitura, como o Procon e a Casa do Artesão. Até mesmo o antigo expurgo - atual Poupatempo - foi cogitado, mas os boxistas não aceitaram deixar a área central.
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