Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Chá verde e cacau protegem contra complicações por diabete

Agência Fapesp

Em 25/11/2015 às 09:46

Efeitos benéficos tanto do chá verde quanto do cacau são atribuídos à presença de polifenóis

(Foto: Wikimedia)

Os efeitos benéficos do chá verde e do cacau, como antioxidantes e anti-inflamatórios, têm sido bastante difundidos. O projeto temático demonstrou que esses dois produtos podem atuar também como coadjuvantes na prevenção ou no tratamento de complicações renais ou da retina decorrentes do diabetes, de acordo com estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Partimos da hipótese de que esses produtos poderiam ser benéficos por reduzir o estresse oxidativo e a inflamação e aumentar a taxa de óxido nítrico (NO), que é um vasodilatador cuja presença se encontra diminuída no quadro diabético. Então, estudamos separadamente os efeitos do chá verde, do cacau e de um doador de óxido nítrico. E constatamos benefícios reais tanto do chá verde quanto do cacau. A pesquisa gerou 10 artigos científicos em revistas especializadas”, diz Jose Butori Lopes de Faria, professor titular de Nefrologia da Unicamp e coordenador do projeto.

A pesquisa utilizou modelos experimentais (camundongos e ratos) com diabetes induzido. E também culturas de células (de camundongos e humanas) expostas a alta concentração de glicose para mimetizar o diabetes. Foram descritos diversos mecanismos de lesão dos rins ou das retinas e a reversão do quadro por meio do chá verde ou do cacau.

“Além de seu conhecido efeito antioxidante e anti-inflamatório, demonstramos, de forma rigorosa, que o chá verde faz diminuir a morte programada (apoptose) dos podócitos, as células que formam a barreira que restringe a passagem de proteínas do sangue para a urina. A passagem de albumina para a urina é a principal alteração renal do indivíduo diabético”, informa.

Os efeitos benéficos tanto do chá verde quanto do cacau são atribuídos à presença de polifenóis: no caso do chá verde, à epigalocatequina-galato, e, no caso do cacau, à epicatequina.

O cacau atuou de forma positiva mesmo quando eliminado o polifenol. “Para investigar o efeito da epicatequina, utilizamos dois tipos de cacau. Um, rico na substância; outro, do qual a substância tinha sido retirada. E, a despeito do que supúnhamos, também este último apresentou efeito protetor contra as complicações associadas ao diabetes. Isso jamais havia sido descrito pela literatura especializada. Então, escrevemos um trabalho afirmando que a teobromina, que é uma metil-xantina, talvez fosse responsável pelo efeito. Posteriormente, foram publicados outros estudos corroborando nossa opinião”, afirma.

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