Proposta de Bugalho busca autorização por empréstimo de R$ 174 milhões
ROGÉRIO MATIVE
Em 30/10/2018 às 20:53
Falta de parecer de uma das três Comissões Permanentes (CP) adiou a votação, o que provocou a irritação de aliados
(Foto: Arquivo/Secom)
A vontade da base governista era aprovar, quanto antes, o projeto de lei que autoriza o prefeito Nelson Bugalho (PTB) a contratar operação de crédito externo junto ao Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) no valor aproximado de R$ 174 milhões. Contudo, a falta de parecer de uma das três Comissões Permanentes (CP) adiou a votação, o que provocou a irritação de aliados na Câmara Municipal.
"Eu gostaria de deixar registrado aqui o meu protesto sobre o que foi decidido agora na reunião de comissões. Pela primeira vez, eu vejo a Câmara Municipal não atender a maioria dos votos que nós tivemos na urgência, sete votos. Duas comissões: Finanças, duas assinaturas, e Orçamento e Justiça e Redação, duas assinaturas, e esse projeto não será votado. Pela primeira vez vejo essa Câmara não se curvar, não seria a palavra, não levar em conta a decisão da maioria dos vereadores", esbravejou o ex-líder de Bugalho no Legislativo, Geraldo da Padaria (PSD).
Segundo ele, a decisão tomada pela Mesa Diretora em adiar a votação não foi acertada e prometeu "levar à frente" o assunto. "Aqui fica o meu protesto, aceitei e vou aceitar o que foi decidido pela vossa excelência [Enio Perrone]. Mas, fica aqui o meu protesto. Não está certo. Mas nós vamos levar à frente isso daí. Só deixar registrado isso aqui", reclamou.
Rebateu
Imediatamente, o vereador foi cortado pelo presidente da Câmara Municipal, Enio Perrone (PSD), que rebateu as críticas feitas pelo companheiro de partido. "Certo ou não é a sua opinião. Nós seguimos o regimento inclusive com o nosso jurídico sustentando a nossa tese. É um direito que você tem de protestar. Fizemos regimentalmente", disse.
O atual líder do governo, Willian Leite (PPS), saiu em defesa de Geraldo da Padaria, sendo também alertado sobre o regimento interno da Câmara Municipal. "Deixo registrado a concordância minha com o nobre vereador Geraldo da Padaria. Concordo com os termos que ele colocou", falou Leite.
Seguiu regimento
"E disso volto a dizer, fizemos regimentalmente e vocês participaram com nosso jurídico. Não tem nada a que ser feito. [Quero] Parabenizar a Câmara pela discussão que nós tivemos pelo projeto que vem aí. É um projeto de suma importância, todo mundo sabe que a cidade precisa dessas obras. Mas, a Câmara tem a sua função específica. Nós vimos aqui, vários pontos ainda não bem esclarecidos no projeto. Nós queremos que a Câmara exerça sua função e não permita que se cometa, às vezes, alguma coisa fora das condições do município", frisou Perrone.
Responsável direto pelo adiamento da votação, Demerson Dias (PSB) justificou a medida para aguardar a resposta do prefeito ao requerimento de providências de Izaque Silva (PSDB), aprovado na semana passada, que questiona o Executivo sobre os financiamentos realizados, atual situação financeira da Prefeitura, entre outras informações.
Quer respostas
Dias é o presidente da Comissão de Fiscalização e Controle. "Eu não assinei para que tramitasse aqui por que nós temos uma resposta de um requerimento, de um brilhante requerimento, coisa de dias nós podemos tirar dúvidas. Não só o que a gente tem, mas as que a população tem, o qual nós representamos", cravou.
"Vamos pegar a resposta desse requerimento do nosso nobre vereador Izaque Silva e tirar as dúvidas nossas e da população. Só para justificar o motivo de não assinar. E estou regimentalmente no prazo de 15 dias, amparado legalmente como presidente da comissão. E depois, o plenário é soberano", finalizou.