Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Pela observação, projeto busca preservar aves em PP

Da Redação

Em 02/12/2018 às 13:34

Finalidade do evento é estimular esse tipo de atividade turística nas áreas urbanas do município e colaborar com o monitoramento de aves da área por meio da chamada “ciência cidadã”

(Foto: Secom)

“Some rolinha, Anda andorinha, Te esconde bem-te-vi,Voa bicudo,Voa sanhaço,Vai juriti, Bico calado, Muito cuidado, que o homem vem aí" . A composição “Passaredo” de Chico Buarque e Francis Hime alerta sobre esta "mania" dos homens de aprisionarem os pássaros e criar as aves em cativeiro. E é justamente para estimular o ato contrário, o de observar os pássaros livres na  natureza e estimular a biodiversidade, que o Parque Ecológico da Cidade da Criança de Presidente Prudente recebeu um grupo de estudantes, professores, e moradores da cidade neste domingo (2).

Pela primeira vez, eles participaram da atividade de turismo de observação de aves (birdwatching) por meio do projeto "Passarinhar Prudente", que teve início por volta das 7h30. O grupo pôde  registrar por meio de celulares, máquinas fotográficas a variedade de aves que existe neste fragmento de Mata Atlântica do Interior, situado no  parque.

Bem-te-vi rajado, rolinha fogo apagou, anú- branco, ferreirinho relógio, anambé, ciriema, peitica,canarinho, sanhaço, tico tico rei sangrio, entre tantos outros pássaros “se exibiram” para as lentes e o registro será uma forma de ajudar para que, no futuro, a próximas gerações destas aves continuem por lá.


”Observar aves faz a gente não parar de aprender, cada dia você vê uma ave diferente e ouve uma voz que você não conhecia”, resume a bióloga Anelisa Ferreira de Almeida Magalhães, da Divisão de Fauna Silvestre da Prefeitura de São Paulo, sobre a experiência. Ela foi um das coordenadoras da atividade.

“Do Passarinhar “participou também o representante da ONG Save Brasil, Matheus Bernardo, de São Paulo, que orientou os participantes sobre as espécies de pássaros identificadas durante a observação.

Das matas para a cidade

 A finalidade do evento é estimular esse tipo de atividade turística nas áreas urbanas do município e colaborar com o monitoramento de aves da área por meio da chamada “ciência cidadã” - ação que se reproduz em todo o mundo, quando cidadãos comuns atuam para recolher dados e contribuições à ciência.

“Notamos que a cidade está recebendo muitas aves que estão saindo das matas e indo para o ambiente urbano. Um pesquisa que fizemos na universidade constatou que o bairro Limoeiro tinha catalogado em 2012, ao todo, 142 espécies, no ano passado, em 2017, repetimos a pesquisa e constatamos 180 espécies. Daí a importância de alertar as pessoas para que não capturem os pássaros, não os deixem em gaiolas, pois se gostam deles nada melhor do que observar as aves soltas, procriando e livres, não em cativeiro, em uma gaiola”, alerta o professor Luiz Walter de Oliveira.

Diversidade estimulada

A pesquisadora científica Andreia Soares Pires, do Instituto Florestal da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, diz que a proposta é para que as pessoas leigas passem a observar as aves e contribuam para estimular a diversidade. “As áreas urbanas estão ganhando diversidade de aves e todos nós podemos contribuir para isso, mas antes é preciso conhecer para dar valor”, afirma.

"Precisamos conscientizar as pessoas sobre a necessidade de preservar a diversidade e só com este conhecimento é que todos podem agir melhor e evitar a captura e cativeiro das aves", pontua o biólogo André Luiz da Silva, passarinheiro e técnico de uma empresa que faz monitoramento e levantamento da fauna.

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