Paulo Fernandes
Em 22/01/2010 às 17:16
Em dezembro do ano passado, aproximadamente 10 bancos foram retirados da área ao redor da igreja a pedido do sacerdote. Na época, ele alegava que eram usados para prostituição e tráfico e consumo de drogas. O promotor de Justiça do Meio Ambiente, Nelson Roberto Bugalho, determinou que os bancos fossem recolocados, argumentando que a atitude infringia o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) realizado em 2003, com o então bispo Dom José Maria Libório, no qual a Mitra Diocesana de Prudente se comprometeu a conservar a praça como patrimônio histórico-cultural sem descaracterizá-la.
Um acordo firmado entre a Mitra e o MPE estabeleceu que os bancos fossem recolocados até o final de janeiro deste ano. “Foi um acordo em consenso e nós cumprimos nossa parte. Criei um impacto [com a retirada dos bancos] para gerar um momento de discussão sobre algumas providências que deveriam ser tomadas em relação à praça”, afirma o sacerdote.
De acordo com o monsenhor, o acordo prevê, além da recolocação dos bancos, a reestruturação de alguns que estariam ao redor da igreja. “Os bancos foram colocados próximo aos pontos de ônibus, para que a população realmente use para o seu benefício”, explica ele.
Nos próximos 15 dias o monsenhor afirma que apresentará um projeto de reurbanização da praça, para beneficiar a população da cidade, com o objetivo de melhorar a segurança do local. “O projeto também está previsto no acordo com o Ministério Público Estadual. Ele [projeto] está em andamento e, em suma, tratará de melhorias na iluminação da praça”, ressalta.
Aprovação
Uma pesquisa realizada por alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no fim do ano passado, mostrou que 80% das 258 pessoas entrevistadas queriam os bancos de volta aos locais de origem, além de 50% dos entrevistados alegarem não se sentirem seguros nas delimitações da praça. O novo local dos bancos, devolvidos à praça, foi aprovado pela população prudentina.
A auxiliar de serviços gerais Ana Maria da Silva, 38 anos, diz que concorda com o novo local dos bancos. “O lugar que os bancos estão agora sem dúvida é bem melhor que antes. Em relação ao perigo, temos em todos os lugares. O que precisamos é cobrar um maior policiamento na praça”, comenta.
Para o aposentado Valdomiro Ferreira Macedo, 67 anos, o novo local para os assentos também é mais agradável. De acordo com ele, quem usa os bancos tem mais visibilidade do movimento na praça. “Achei melhor os bancos perto dos pontos de ônibus. Mas não gostei da generalização feita para a retirada. Eu sou aposentado e geralmente venho aqui na praça durante o dia para jogar conversa fora. Nem por isso sou traficante. O problema tem que ser resolvido no foco, nesse caso mais educação com a juventude”, cita ele.
Mesmo não utilizando o ônibus todos os dias, a dona de casa Maria Aparecida Crema diz que se sente mais confortável para esperar o transporte coletivo. “Eu moro no Bairro Brasil Novo, já fico em pé no ônibus mesmo, pelo menos espero no ponto sentada agora, porque antes não tinha muitos lugares”, diz.