Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Polícia puxa lista de atendimentos para localizar novas vítimas de médico

Da Redação

Em 16/01/2019 às 10:27

De acordo com a Polícia Civil, vários boletins de ocorrência foram registrados em anos anteriores contra o médico

(Foto: Cedida/PC)

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) segue em busca de novas vítimas do médico cardiologista Augusto César Barretto Filho, de 74 anos, acusado de abusar sexualmente de pacientes em seu consultório localizado em área nobre de Presidente Prudente. Com prisão preventiva decretada, o profissional está afastado de suas atividades.

O fato foi revelado pela Rádio CBN de São Paulo, na segunda-feira (14), que divulgou investigação instaurada pelo promotor de Justiça Filipe Teixeira Antunes. Na ação, o Ministério Público de São Paulo denunciou o médico cardiologista por abusar sexualmente de, ao menos, 14 pacientes.

Segundo o promotor, os crimes eram cometidos desde 2008, dentro do consultório clínico do médico, que fica na Avenida Washington Luís, no Jardim Paulista.

"Todas relataram que, num primeiro momento, ele queria aferir a pressão. Então, ele se aproximava da paciente, colocava uma das mãos no aparelho e, com a outra, esticava a mão da paciente. E aí ele começava a fazer movimentos com o braço da paciente esfregando a mão delas em seu órgão genital. Depois, geralmente, ele pedia para a paciente deitar numa maca e, nessa maca, ele passava a examinar a paciente. E aí ele passava a mão por várias partes íntimas das mulheres, como seios, vagina... em alguns casos agarrava a vítima por trás, esfregava o órgão genital nas nádegas", descreve o promotor na ação protocolada na Justiça.

Barreto Filho foi denunciado por crime de violação sexual mediante fraude. O médico cardiologista foi ouvido durante o inquérito do Ministério Público e negou ter cometido os atos de abuso sexual.

Já tinha outros boletins

De acordo com a Polícia Civil, vários boletins de ocorrência foram registrados em anos anteriores contra o médico por práticas abusivas da mesma natureza. Porém, a denúncia oferecida pelo Ministério Público teve como ponto de partida o relato de uma paciente atendida por Barreto Filho em julho do ano passado.

Segundo a polícia, "durante consulta com o médico, aproveitando-se de sua ascensão e contra a vontade expressa da vítima, teria praticado atos libidinosos diversos da conjunção carnal, consistentes em acariciar de forma lasciva sua perna e virilha, assim como introduzir a mão no interior de sua calcinha, acariciando e apalpando sua vagina, bem ainda, colocando a mão da vítima em seu pênis enquanto aferia sua pressão arterial".

"Não bastasse, o médico ainda pediu para ela virar de costas para auscultar seu coração e efetuou movimentos contínuo semelhantes aos utilizados na prática de conjunção anal, encostando seu quadril na região das nádegas da vítima".

A vítima explicou que passou por consulta com o profissional pela primeira vez em maio de 2018. Na ocasião, o atendimento "transcorreu dentro da normalidade". Solicitados exames, ela retornou ao consultório em julho, quando ocorreu o abuso sexual.

"Durante o evento a vítima repetiu por duas vezes que não gostava daquele comportamento, mas o investigado fitou os olhos de maneira firme e prosseguiu. Descreveu que entrou em estado de choque, passou a chorar, mas não conseguiu gritar por socorro, ficando sem reação, exceto a de lhe pedir, diversas vezes para parar".

Usa lista para encontrar novas vítimas

Agora, a Polícia Civil trabalha na localização de novas vítimas do médico. Para tal, solicitou a relação de pacientes do sexo feminino atendidas pelo especialista nos últimos anos por meio de uma rede de planos de saúde.

"Da extensa relação e de maneira aleatória e exemplificativa, outras pacientes foram chamadas a declinar sobre os procedimentos ocorridos durante as suas consultas. Algumas delas descreveram comportamento regular, contudo, outras tantas, corroborando ainda mais a versão da vítima confirmaram terem sido vítimas das investidas sexuais fraudulentas do autor".

Até o momento, são mais de 20 mulheres. "Julgado presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, o médico foi devidamente interrogado, negando os fatos, sendo formalmente indiciado no crime de posse sexual mediante fraude, e diante das evidências representada pela decretação de sua prisão preventiva", pontua a DDM.

Sindicância aberta

Ciente dos fatos, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) revelou que iniciará a apuração dos fatos. A sindicância poderá se tornar um processo ético-profissional culminando na cassação do registro profissional conforme o Código de Ética.

Em silêncio

Barreto Filho é defendido pelo advogado Emerson Longhi, que ainda não se posicionou sobre o caso devido à falta de intimação formal da Justiça, que deve ocorrer ainda nesta quarta-feira (16).

À TV Fronteira, Longhi informou que não vai se manifestar sobre o depoimento dado pelo médico à Polícia Civil no início de dezembro para não expor o acusado nem as supostas vítimas.

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