Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Prudente é escolhida para testar remédio italiano contra covid-19

Da Redação

Em 02/09/2020 às 17:21

Objetivo é avaliar a eficácia do medicamento principalmente em pessoas com graves complicações respiratórias

(Foto: Getty Images)

Presidente Prudente está entre as seis cidades brasileiras escolhidas para testar um remédio experimental desenvolvido por italianos, que será empregado no tratamento de pacientes com coronavírus. Originalmente, a medicação foi desenvolvida para casos de câncer e transplante de órgãos. A instituição credenciada é a Santa Casa de Misericórdia.

Na última segunda-feira (31), a empresa de biotecnologia Dompé, com sede em Milão, na Itália, recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar pacientes graves de covid-19 com a Reparixina.

Para chegar a este estágio, foram dois meses de diálogos entre o governo brasileiro e a empresa italiana. "Começamos a desenvolver esse fármaco em 2005 e os primeiros testes, sempre na área oncológica, começaram a ser feitos em 2014. Com a emergência da Covid-19, assim como outras empresas, resolvemos apresentar nossos estudos e obtivemos a autorização da Aifa [Agência Italiana do Medicamento]em maio para casos graves", explica o diretor científico da Dompé, Marcello Allegretti, em entrevista à Revista Época.

"A Reparixina inibe a ação da interleucina 8 [IL-8], uma das proteínas de sinalização inflamatória que acreditamos estar associada à lesão pulmonar observada em pacientes com infecção por Sars-CoV2. Esta ação é benéfica em indivíduos com pneumonia por Covid-19, em que a resposta imune pode resultar em permeabilidade vascular que impede a troca gasosa e oxigenação. No passado, esse medicamento foi usado para neutralizar o processo inflamatório decorrente da reperfusão de órgãos no momento do transplante", afirma.

Segundo ele, cinco pacientes italianos em condições críticas foram submetidos ao uso da Reparixina e não precisaram ser intubados. Na Itália, os testes foram suspensos devido à falta de pacientes após o país conseguir normalizar a curva de contágio.

Entre as escolhidas

Além de Presidente Prudente, mais seis cidades participarão da fase de testes do remédio: São José do Rio Preto, Brasília, Varginha, Salvador e Criciúma, além de São Paulo com 10 estruturas hospitalares.

No caso da capital do Oeste Paulista, o hospital escolhido para participar dos testes foi a Santa Casa de Misericórdia.

Segundo a Santa Casa de Prudente, houve o convite para participar do estudo. "A instituição ainda aguarda a documentação e avaliação de alguns comitês [para iniciar o tratamento em pacientes do hospital]", diz em nota enviada ao Portal.

Nestes locais, poderá ser iniciado o tratamento em 48 pacientes que participam da chamada Fase 2, etapa importante para a aprovação de qualquer medicamento. O objetivo é avaliar a eficácia do medicamento principalmente em pessoas com graves complicações respiratórias em decorrência da Covid-19.

O tratamento aprovado envolve o uso de comprimidos de Reparixina 1.200 mg, enviados diretamente para os hospitais pela Dompé, três vezes ao dia durante sete dias. Em caso de melhora, o tratamento pode ser estendido até um máximo de 21 dias a critério do médico.

"Os resultados obtidos no Brasil, durante a Fase 2, podem determinar o início da Fase 3,  nos Estados Unidos, com 111 pacientes, com aumento do número de pacientes testados e avaliação da efetividade comparativa da droga em relação aos tratamentos existentes", assegura Marcello Allegretti, diretor científico da Dompé. (Com Fernanda Massarotto, de Milão/Revista Época)

*Atualizada às 19h48 para acréscimo de informações

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