Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Prudente Urbano reconhece falhas e defende subsídios para tarifa menor

ROGÉRIO MATIVE

Em 13/03/2020 às 09:00

Empresa reconhece que há falhas na prestação de serviços à população

(Foto: Sérgio Borges/NoFoco)

Com atrasos em itinerários, ônibus quebrados, terminais sem uso e tarifa que não agrada ao bolso do usuário, o transporte coletivo é um dos serviços mais criticados em Presidente Prudente. Pela primeira vez, a concessionária Prudente Urbano reconhece as falhas, porém, adianta que o cenário deve permanecer como está caso a Prefeitura não crie uma forma de subsidiar parte da operação.

Por mês, são transportados 1,2 milhão de passageiros (rodagem de catraca), sendo que 765 mil pagam a tarifa de R$ 4,25, enquanto que 467 mil passagens são gratuitas (idosos, deficientes e estudantes).

Ciente da queda do número de passageiros, a advogada Renata Moço, que representa a Prudente Urbano, defende um "reequilíbrio" dos custos com aporte financeiro da Prefeitura. "Há a necessidade da justa e devida contrapartida vir do poder concedente, de vir reequilibrar os custos acrescidos na operação, conforme prevê o contrato firmado com a empresa", falou, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal, nesta semana.

"Existe uma grande necessidade de criar políticas de incentivo ao setor de transportes em busca de subsídios da tarifa", citou, ao lembrar o pedido de redução do Imposto Sobre Serviços (ISS), de 5% para 2%, que foi vetado pelo Legislativo por não contemplar todas as categorias do transporte de passageiros.

Segundo ela, a empresa reconhece que há falhas na prestação de serviços à população. "De fato, existe sim readequação de horários, que é feita em conjunto e com a ordem da Semob [Secretaria de Mobilidade Urbana], buscando o atendimento de novos bairros, terminais e linhas que também não estavam previstas no edital, como João Domingos e Saúde, e os novos quatro terminais", pontuou.

"Temos consciência que o usuário precisa de linhas mais modernas e ágeis, que façam um transporte de forma sustentável e satisfatória. Hoje, reconhecemos que não podemos oferecer isso ao usuário, que chega a ficar até 1h30 no ônibus pagando uma tarifa que de fato é incompatível com o salário mínimo", disse a advogada.



Menos passageiros

A representante da concessionária recorre aos números para justificar tal falha. "A concessionária de transporte é a mais interessada em que o preço da tarifa seja menor, para que seja um atrativo e para que possamos ter mais usuários. Mas, temos que levar em consideração que é uma conta. Ou seja, quanto mais passageiros pagantes, menor é o custo da tarifa. O que onera a tarifa é a divisão por aqueles que tem que pagar pelo sistema", sustentou.

De acordo com Renata Moço, a empresa opera com prejuízos diante da queda do número de usuários do transporte coletivo e dos custos mais pesados: combustível e folha de pagamento. "Aqui em Prudente, está havendo uma queda demasiada de passageiros. Em 2016, 952.312 passageiros pagantes quando a proposta da tarifa era de R$ 3,50. A quilometragem rodada era de 642.378 por mês, índice de passageiros por km rodado era de 1,4825", expôs.

"Agora, em janeiro de 2020, esse número caiu para 738.348 passageiros. a quilometragem rodada aumentou 646.643. Em fevereiro, 106 km de aumento no percurso e queda de 8 mil passageiros", complementou.

Apesar de admitir deficiências no transporte de passageiros, a advogada afirma que o serviço "está melhor" do que antes. Segundo ela, a malha viária prudentina colabora para os atrasos e quebra constante de veículos ao citar o alto número de valetas, obstáculos e buracos nas ruas e avenidas.

"O transporte não está agradando a todos. Mas está melhor do que antes da licitação".

Audiência

Na noite de quarta-feira (11), a Câmara Municipal de Presidente Prudente recebeu autoridades e população para debater sobre a prestação de serviços no transporte coletivo, além da aplicação do Plano de Mobilidade Urbana na capital do Oeste Paulista em audiência pública.



De autoria do vereador Izaque Silva (sem partido), a audiência teve como objetivo forçar a Prefeitura a solucionar os “inúmeros problemas visíveis divulgados semanalmente pela imprensa”, bem como “a crescente reclamação dos contribuintes que estão insatisfeitos com os serviços públicos oferecidos”.

A audiência pode ser assistida, na íntegra, clicando aqui.

 

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