Tupã pode mudar 1º escalão e quer negociação com Sabesp

Com 7.400 votos a mais em relação a 2008, quando foi eleito pela primeira vez em Presidente Prudente, o prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã) já começa a desenhar sua plataforma de governo para os próximos quatro anos. "Abrindo mão" da presidência da Câmara Municipal, Tupã não descarta mudanças no primeiro escalão. Em entrevista ao Portal, ele adianta que pretende partir para uma negociação "urgente" com a Sabesp.

Para Tupã, a população aprovou sua "maneira de governar", justificando os 59.437 mil votos recebidos no último dia 7 de outubro, quando conquistou a reeleição. "O aumento da votação foi o resultado de um trabalho que procuramos fazer. Sempre procuramos ouvir a população e apresentar propostas reais, possíveis de serem realizadas. Posso afirmar que fizemos até mais do que o esperado. Porque tivemos a humildade de procurar ajuda dos governos do Estado e Federal", analisa.

"Nós temos que melhorar alguns aspectos. Mas o resultado foi muito bom. Vejo que a população gostou dessa maneira que governamos, com união pela nossa cidade. Prudente ficou acima das vontades e vaidades pessoais", pontua.

Projetos

Nos próximos quatro anos, Tupã acredita que conseguirá desenvolver todas as propostas apresentadas em seu plano de governo. "Em relação ao projeto de mobilidade, com abertura de vias e ciclovias, já estamos com proposta em Brasília buscando esses recursos. Acho que conseguiremos fazer tudo, não falamos de projetos absurdos. Nova rodoviária: pode ser feita com parceria pública e privada. Estaremos começando o segundo mandato com 2.300 casas através da Minha Casa Minha Vida, fora CDHU", fala.

"Nós estamos praticamente encerrando o problema do lixão e a implantação do aterro sanitário. Nós vamos implantar o Cidadescola em todas as escolas municipais. Queremos deixar Prudente pronta para o aniversário de 100 anos. Não sei se já criaria uma comissão neste sentido, mas temos que fazer um trabalho muito sério", complementa.

Transporte coletivo

Durante sua campanha pelos bairros prudentinos, Tupã ouviu vários pedidos para melhorar o transporte coletivo, que, segundo ele, serão discutidos com as empresas que prestam o serviço na cidade. "Nós vamos chamar as empresas para conversar. Não tenho motivo para falar outra coisa. Uma das coisas que mais ouvimos pelas caminhadas nos bairros foi sobre o transporte coletivo. Existe uma concessão, ninguém é obrigado a trabalhar para a Prefeitura. Mas precisa ter um serviço de qualidade. Não tem como falar em reajuste se não presta um bom serviço. Vamos conversar dentro de um respeito muito grande", adianta.

Sabesp

Sobre a Sabesp, o prefeito revela que partirá para uma negociação "urgente", com o objetivo de resolver o impasse sobre a renovação de contrato coma estatal que se arrasta desde 2008. "A questão da Sabesp, nós vamos tentar. Eu vou conversar com a presidente Dilma Pena. Mas sempre batemos na mesma tecla. Nós queremos uma contrapartida... Tem a recuperação do balneário, plano de recapeamento, instalação de água e esgoto no João Domingos [loteamento], ao novo Distrito Industrial... Nós vamos partir para essa negociação urgente. Agora, de graça não. Não tem como conversar de graça", crava.

Mudanças no 1º escalão?

Tupã despista sobre a formação do secretariado para o próximo mandato, mas não descarta mudanças no primeiro escalão. "Nós temos um compromisso com a população até o final deste ano. No dia 1º de janeiro é um novo mandato. Na Prefeitura, essas pessoas que estão comigo sabem disso. Como eu tenho com a população, eles têm um compromisso comigo. Se tiver mudança antes do fim do ano, vamos fazer. Mas será um novo governo que vai começar; é possível troca, com certeza. Como podemos permanecer com o mesmo grupo".

"A experiência que a gente vê é que nós seremos mais cobrados. As pessoas que permanecerem ou que vierem participar terão que estar com espírito forte e renovado, porque vamos trabalhar muito", avisa.

Câmara Municipal

Em relação à escolha da presidência da Câmara, Tupã diz que não tem interesse em ter alguém do seu partido, o PTB, eleito para chefiar o Legislativo. "Sinceramente, não faço questão. Vou te falar uma coisa... Eu analiso muito mais as pessoas do que os partidos. Não julgo as pessoas pelos partidos que pertencem. Se for do PTB, melhor. mas não imponho nada. É consenso. Posso ter a minha opinião, mas não precisa se sobressair. Vamos conversar. E para a presidência da Câmara, tem que ser consenso, não precisa ser do PTB", pontua.

Ele também despista sobre o novo líder do Executivo na Câmara, missão que é desenvolvida por Nico Rena (PDT), que não conseguiu se reeleger. "Nem pensei nisso. Hoje o Nico Rena desempenha bem a função. Espero que seja dessa mesma maneira, quando começarmos a conversar, o que não será agora".

"A população pode esperar um governo de paz. Em relação ao trabalho, espere muito trabalho. Nós vamos pedir de novo ajuda dos deputados, dos governos, até porque teremos eleições daqui a dois anos. A gente vai pedir muito recurso mesmo para cá", conclui.