Segunda-feira 1 de maio de 2018 | Presidente Prudente/SP

Sintrapp prevê risco de atraso em salário; Prefeitura fala em 'questão pontual'

Rogério Mative

Em 29/10/2019 às 11:12

Secretário classifica a situação como "questão pontual" e minimiza o possível atraso

(Foto: Arquivo)

Profetizado há um ano pela vereadora Alba Lucena (PTB), um possível atraso no salário dos servidores municipais voltou a ser assunto discutido em corredores de prédios públicos a rodas de conversas em bares e no Calçadão da Maffei.

Após reunião com o secretário municipal de Administração, Alberico Bezerra, o Sindicato dos Servidores Municipais(Sintrapp) publicou uma nota sobre o escalonamento da folha salarial. A Prefeitura classifica o ato como "exagero" e fala em "questão pontual' de, no máximo, três dias de atraso para um pequeno grupo.

Com as finanças a um fio, a Prefeitura busca fechar o ano cumprindo a promessa feita pelo prefeito Nelson Bugalho (PTB): de não atrasar salários. Para tal, nos últimos dias, tentou a venda de um prédio escolar, além de lançar um novo programa para que devedores de impostos paguem as dívidas em curto prazo, o que confortaria os cofres públicos.

Contudo, o atual cenário é de um possível atraso no pagamento programado para o dia 30 deste mês. "Atraso de salário é muito sério, muito grave e mexe com o sustento de cada servidor. É o pão na mesa de cada um", diz a presidente do Sintrapp, Luciana Telles.

Segundo ela, uma reunião entre o sindicato e o prefeito foi solicitada para essa segunda-feira (28) - dia do servidor público. Porém, Bugalho não compareceu ao encontrou e escalou o secretário de Admistração para a conversa com os dirigentes do Sintrapp.

"Fomos recebidos pelo secretário, que além de não atender as reivindicações já negociadas anteriormente [revogação de decreto sobre férias e abono] anunciou que não tem o valor total para o pagamento da folha. Receberão em dia os servidores com os menores salários e os que recebem com verba vinculada", fala.

Caso essa medida seja concretizada, a sindicalista prevê atraso no pagamento da segunda parcela do 13º salário. "O 13º é para nós contado como um salário também. Quando nós corremos esse risco de atraso, inclui o 13º. Temos dois salários antes do 13º. O risco de atraso é em todos os salários", pontua.

"É um exagero"

Para Bezerra, o Sintrapp exagera em falar em atraso salarial. De acordo com ele, caso ocorra, será um atraso de até três dias para comissionados e servidores com salários acima de R$ 8 mil.

"Se forem atingidos, serão aqueles com salários diferenciados. Hoje, a Prefeitura tem 4.528 servidores, sendo que menos de 0,2% seria atingido. Estamos fazendo todo esforço possível para não atrasar salários. Nunca o servidor que ganha menos será prejudicado. Parte do magistério, da saúde e aposentados, com verba carimbada, a Prefeitura tem dinheiro e está mais do que garantido", frisa.

O secretário classifica a situação como "questão pontual" e minimiza o possível atraso. "É um exagero [fala do Sintrapp sobre atraso]. Possivelmente, se acontecer, vão ficar sem receber comissionados e entre 90 a 100 servidores que têm os maiores salários. Mas, isso um atraso de dois a três dias. Ou seja, vamos pagar dentro do prazo do quinto dia útil. Estão valorizando muito isso, o que não classifico como atraso. É uma questão pontual", rebate.

"Não tem atraso. É uma ocorrência de fluxo de caixa. Estamos todos envolvidos e correndo atrás de aumentar receita e cortar custos. Nós temos perspectiva de receita positiva aguardando um resultado positivo de depósitos judiciais, do Programa Pague Já e de créditos parados que vamos resgatar", reforça.

Pode respingar

Mas, Luciana Telles analisa a situação dos comissionados como negativa e vê respingar nos demais servidores. "Atraso de salário é ruim de qualquer forma e para qualquer um. Mesmo que a princípio seja apenas os comissionados, também nos incomoda. Para nós, trabalhou tem que receber. É a prerrogativa do trabalhador", defende.

"Atrasando para comissionados, vai adentrar o mês de novembro pagando essa dívida que ficou para trás e, consecutivamente, vai atrasando para os demais. É assim que começa. É preciso organização. Isso demonstra uma falta de planejamento. Se há uma previsão de redução na arrecadação não justificaria a contratação de tantos cargos comissionados como vimos nos últimos dias. Contrata e não paga? É muito incoerente", fala a sindicalista.

Luciana Telles não descarta a iniciação de um movimento grevista. "A situação que está se desenhando não nos dá outra opção se não cruzar os braços. Nós trabalhamos com essa possibilidade, sim", crava.

Vale-alimentação e salário de inativos garantidos

Bezerra adianta que o vale-alimentação de todos os servidores como o pagamento para funcionários inativos não serão afetados. "Não serão afetados. Todo o servidor terá seu vale-alimentação garantido. Até o quinto dia útil, todo o pessoal vai receber", finaliza.

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